Acabou nosso amor, meu amor.
Acabou nosso amor.
Termina esse teu café, dá cá um abraço e segue adiante.
Viva, se realize!
Deguste a vida, do aroma à digestão.
Seja você. Segue essa trilha.
Mas vai sem mim, não posso te acompanhar.
Constrói o teu edifício, mas não conta comigo dentro dele.
Sou itinerante, amor, não posso me estabelecer.
Já vou. O vento sopra e eu vou com ele.
Sorria, tua vida é outra.
Minha vida é essa.
É um fim pra outros começos.
Só um fim.
sábado, 11 de agosto de 2012
sábado, 14 de julho de 2012
Jó
Eu vi de longe a ruína que se aproximava.
Fui atingido antes de a alma poder emitir um gemido.
É a dose de veneno da vida,
Ou o toque o toque do diabo que carrega a permissão divina.
Não importa, não mais.
Em meio a dúvidas e acusações
Aguardo Deus vir para me questionar
Para eu ter a certeza de que ele estava ouvindo tudo.
domingo, 8 de julho de 2012
Fênix
Olha ela caída no chão
Muitos pensam que ela está morta
Mas ela ainda respira.
Olha aquela ferida no peito
Sangra, mas brilha,
É o brilho de uma alma que nunca se apaga,
Que tem vida demais,
Que transborda e extrapola de tanto viver.
Olha ela que olha o horizonte,
Tem tanta vida que fecha a ferida,
Levanta-se num salto,
E a passos de dança avança
No compasso do viver
Em busca do além do horizonte.
Para Giulia Fiorani.
Muitos pensam que ela está morta
Mas ela ainda respira.
Olha aquela ferida no peito
Sangra, mas brilha,
É o brilho de uma alma que nunca se apaga,
Que tem vida demais,
Que transborda e extrapola de tanto viver.
Olha ela que olha o horizonte,
Tem tanta vida que fecha a ferida,
Levanta-se num salto,
E a passos de dança avança
No compasso do viver
Em busca do além do horizonte.
Para Giulia Fiorani.
domingo, 24 de junho de 2012
Anseio pela cegueira
Depois de estender a roupa eu quis apagar a luz do mundo.
Num movimento fluente e espontâneo estendi a mão ao interruptor.
Toquei o vento, estranhei o movimento e me dei por mim.
E a luz estava acesa.
Era aquele sol brilhando estranhamente num pano de céu azul.
Senti-me fraco, impotente.
É que o mundo não se apaga ao meu bel prazer.
Eu não posso garantir a escuridão da minha noite.
É que essa claridade me fere.
Tantas possibilidades à luz do dia
E uma decepção para cada uma delas.
A garantia da noite feliz que me escapa.
A dor das escolha que me pesa.
Cada possibilidade que me afronta.
E eu só queria apagar a luz.
Fé?
É daquele desespero que é comum a todos.
A mim, particularmente, têm sido dado o aprendizado de que a fé é só seguir, acreditando que Deus há de conduzir tudo. Sem resposta, sem direção, sem nada.
Veja se essa Fé não possui suas raízes no desespero!?
O peso da escolha pesa nas mãos de cada um, é o meu fardo o que é enchido pelas consequências.
Mas é sempre silêncio. Sempre. É sempre frio também.
Talvez a Fé seja um composto complexo, uma espécie de sistema.
Talvez seja andar, acreditar que Ele faz sem dar respostas e construir a certeza de boas consequências.
A ausência de consequências também é puro desespero.
Entenda, minha metafísica é relacional, é necessário concretude, materialidade que irrompa da transcendência.
Talvez a Fé não seja nada.
Talvez seja apenas olhar para o alto, dar um sorriso e seguir adiante.
Talvez se faça como a rosa e seus espinhos, como o caminho solar que se põe no fim do dia.
Talvez o cotidiano arroz com feijão.
Mas não é o nada o solo de onde brotam todas as coisas?
A mim, particularmente, têm sido dado o aprendizado de que a fé é só seguir, acreditando que Deus há de conduzir tudo. Sem resposta, sem direção, sem nada.
Veja se essa Fé não possui suas raízes no desespero!?
O peso da escolha pesa nas mãos de cada um, é o meu fardo o que é enchido pelas consequências.
Mas é sempre silêncio. Sempre. É sempre frio também.
Talvez a Fé seja um composto complexo, uma espécie de sistema.
Talvez seja andar, acreditar que Ele faz sem dar respostas e construir a certeza de boas consequências.
A ausência de consequências também é puro desespero.
Entenda, minha metafísica é relacional, é necessário concretude, materialidade que irrompa da transcendência.
Talvez a Fé não seja nada.
Talvez seja apenas olhar para o alto, dar um sorriso e seguir adiante.
Talvez se faça como a rosa e seus espinhos, como o caminho solar que se põe no fim do dia.
Talvez o cotidiano arroz com feijão.
Mas não é o nada o solo de onde brotam todas as coisas?
sábado, 18 de fevereiro de 2012
CARNAVAL
É sábado. Posso ouvir o ritmo inteiro construído em meio a tanto silêncio.
Silêncio. Silêncio com cheiro de corpos, corpos vivos, desgastando uns nos outros toda sua vitalidade.
A morbidez dos meus poemas também me incomoda, não se sinta tão só nesse instante.
É a bestialidade assumida com orgulho por todos estes indivíduos à tua frente que me faz violentamente nausear.
Joga o teu corpo fora, e a tua consciência esconde num baú acorrentado no fundo dessa tua alma embriagada, abraça nesses cinco dias o teu puro sentir para, no fim, te envolveres em tuas próprias cinzas.
Bebe, te embriaga, e sem memória te suportarás no restante dos dias.
Lança-te sem destino, perde-te por inteiro.
Desejo-te sorte na tua futura jornada em busca de si.
sábado, 26 de novembro de 2011
Cansado Estranho Amor
Era com a voz desgastada que ele falava de Amor.
Falhou.
Ouvia-se muito pouco do que dizia, sequer era compreendido.
Era cansado, sonolento e com dor nas costas que ele dizia "eu te amo", de braços (cansados) quase abertos, quase como quem esmola poder dar. Tinha algo a oferecer, embora todos dissessem que não.
Era de voz cansada e com joelhos doloridos que falava desse seu estranho amor, o paradoxo pouco pedinte que de tudo precisa. Enquanto vivia de Amor, refletia essa sua estranheza e quando falava, só fazia apresentar, em grego, suas razões à periferias semi-analfabetas.
Rememora! Rememora o Amor que sentes e anamneticamente apenas sinta e seja, seja como sentes, simplesmente estranho assim, pois já se cansa, pára e precocemente envelhece o mundo, abarrotado de racionalismos enrijecentes.
Falhou.
Ouvia-se muito pouco do que dizia, sequer era compreendido.
Era cansado, sonolento e com dor nas costas que ele dizia "eu te amo", de braços (cansados) quase abertos, quase como quem esmola poder dar. Tinha algo a oferecer, embora todos dissessem que não.
Era de voz cansada e com joelhos doloridos que falava desse seu estranho amor, o paradoxo pouco pedinte que de tudo precisa. Enquanto vivia de Amor, refletia essa sua estranheza e quando falava, só fazia apresentar, em grego, suas razões à periferias semi-analfabetas.
Rememora! Rememora o Amor que sentes e anamneticamente apenas sinta e seja, seja como sentes, simplesmente estranho assim, pois já se cansa, pára e precocemente envelhece o mundo, abarrotado de racionalismos enrijecentes.
Assinar:
Postagens (Atom)