segunda-feira, 18 de março de 2013

Riso


Foi ontem.
Bendita rede, inspiração do nordeste.
E que imagens nascem caleidoscopicamente
Desse teu dourado!
São lembranças inventadas,
Expectativas vindouras.

Ah, meu amor, tudo é riso!
Então sorri, juntos gargalhemos
Pois no riso, sorrindo, somos completos,
Parte, em tudo, do todo.

Risco de Nós


Abre as tuas asas e experimenta caminhar no céu.
Sim, é um desafio.
E se pisar para além do penhasco
For o movimento último
Para se encontrar a feliz liberdade?

Ah, que anseio universal!

Alçar vôo é risco, não nego.
Mas houve alguém, um dia,
Que amaldiçoou as doces expectativas
Do arriscar-se?
É um salto.

Você sabia o que eu ia dizer:
Tudo é risco.
Eu arrisquei olhar nos teus olhos
Fiquei preso no teu sorriso...
Toda lembrança de você é um risco,
E toda expectativa!

E me projeto num futuro ideal
Onde às duas da manhã,
Sob a luz do abajur,
No frio da madrugada,
Vestidos de moletom e regados a café -
Ou vinho, tanto faz -
Nos afogamos, perdemos as horas
A noite inteira submersos
Em incríveis assuntos intermináveis.

sábado, 2 de março de 2013

Cotidiano


E olha que eu já quis cantar tantas canções sobre tudo dentro de mim, que até perdi a conta.
Sabe, te cantei tudo o que podia e tudo o que sabia e tudo o que eu me exigia. Era só pra você, só pra esse olhar tão penetrante.

Sabe, essa tua expectativa sempre me violou. Não me julgue pelos meus sonhos, eles são apenas meios, instantes ocasionais. Importa o fim e o fim é despretensioso. Quero sentar no sofá, te olhar na cozinha, pegar a criança no colo, de tarde coar o café e te dar um beijo despretensioso, embalados pelo cheiro do café no ar.

Quero massagear seus pés à noite, depois de um dia inteiro de trabalho, tomando vinho tinto, ouvindo Coltrane. Te puxar pelos tornozelos, ser abraçado pelas suas pernas, te beijar com as mãos na sua nuca e te olhar nos olhos enquanto os narizes se tocam.

É cotidiano, despretensioso. Tem bafo, chulé, stress, tpm, individualidade, defeito, diferença, vc querendo ver a novela e eu querendo tocar violão. Eu querendo começar a ver Arquivo X e você viciada na terceira temporada de ER.
Tem eu e vocë orando juntos depois de uma conversa acidental sobre a plenitude do Espírito, com fotos nossas do inverno em Copenhagen.

É a gente assim, cotidiano. Tão despretensioso que parece ideal demais.