Esta
é a minha humilde impressão a respeito de um homem que nunca
conheci.
Quando
soube da existência do Sr. Augusto ele já estava internado no
hospital, vivendo em efeito de voltas, idas e vindas, que é
suficientemente desumano a qualquer indivíduo.
Por
parte de sua família, nunca ouvi nem soube de qualquer
questionamento de Deus e do porque se suas estranhas intromissões em
nossas vidas mas posso imaginar quantas e quantas vezes sua esposa,
filhos e netos – que também o tinham por pai – perguntaram sua
motivação para isso tudo, o que Ele tentava ensiná-los e eles
simplesmente não conseguiam ver.
A
biografia - uma forma impossivelmente resumida - do Sr. Augusto veio
a mim por um de seus netos/filhos. Era madrugada e nada mais além da
média luz de um abajur iluminava a sala em que nos encontrávamos,
de modo que qualquer linguagem proveniente dos olhos era inviável
mas é, ainda hoje, possível afirmar que nunca as palavras foram tão
fiéis à verdade do sentimento de um parente amante por um ente
amado. Tudo o que era pronunciado a respeito do Sr. Augusto a mim
carregava uma potente paixão que não poderia ser ignorada pelo mais
indiferente transeunte que captasse qualquer fragmento do discurso.
Sr. Augusto era homem íntegro, arreligioso, passível de ser
confundido com o mais fiel seguidor de Jesus Cristo pela leitura de
suas ações em favor de familiares, conhecidos e desconhecidos.
As
impressões que me deixaram os relatos de seu neto/filho foram
suficientes para me transformarem em um tardio amante e aprendiz de
um homem que deve – e será! - lembrado por todos aqueles que o
conheceram como o que de mais justo, belo e íntegro podia ser
encontrado nas delimitações de nossa terra.
Sr.
Augusto, mesmo sem saber – provavelmente sequer imaginou esta
possibilidade – fez um último discípulo, este que, com profunda
compaixão a seus familiares e amigos, sente-se na obrigação de
escrever esta nota para que este honrado senhor possa fazer mais e
mais discípulos de modo tão intenso quanto eu me vejo incapaz mas,
ainda assim, sonho em fazer.
Hoje,
22 de Junho de 2014, Sr. Augusto nos deixa. Hoje, cada um daqueles
que encontrou abrigo e proteção sob suas asas encontra-se
inconsolável. Hoje, Sr. Augusto foi chamado de volta, encontra o Lar
que buscou manifestar cotidianamente durante toda a sua vida.
Sr.
Augusto hoje, dia 22 de Junho de 2014, nos deixa um legado,
obriga-nos a sermos não menos do que ele representou na vida de cada
um por quem passou. Hoje, Sr. Augusto nos comanda a seguir adiante,
erguer a cabeça e fazer juz a seus ensinamentos e sua memória.
Hoje,
choram seus familiares a perda do maior exemplo vivo que poderia ser
visto. Minha oração é que seus corações encontrem conforto nos
braços do Consolador e Paz, por parte daquele que se apresenta como
seu Príncipe.
Sr.
Augusto, um dia, na ressurreição, haveremos de nos encontrar e
ser-lhe-ei eternamente grato.
Que
Sr. Augusto descanse em paz. Nós também.