sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A verdadeira liberdade


Ouse fazer a qualquer indivíduo comum a seguinte pergunta: “O q       ue é liberdade?” ou “De que maneira você se sentiria livre?”. Não temo em afirmar que, invariavelmente, a resposta obtida será: “Liberdade é fazer o que eu quiser!”, “Eu seria livre se eu pudesse pegar um carro com umas mulheres do lado e rodar por aí, beber, curtir, acordar no dia seguinte e fazer tudo de novo! Aí eu seria livre!”.
Na mente da maioria das pessoas liberdade é poder ser livre daquilo que gera desconforto, que nos força a deixar aquele canto confortável que gostamos de ficar.
Ah, mas se nós pudéssemos, de verdade, fazer tudo aquilo que nos vem à mente, tudo o que desejamos na vida, se nós pudéssemos viver sem qualquer preocupação com o que qualquer outra pessoa vá pensar, aí seríamos de fato livres!
Bem, desculpe-me forçá-lo a sair desse sonho em que você está agora mesmo dentro de sua cabeça, mas coloque novamente seus pés no chão e esqueça completamente esses sonhos a respeito do que você faria se fosse verdadeiramente livre, porque, na verdade, mesmo que haja um mundo possível em que as coisas aconteçam exatamente como foram descritas acima, este mundo estaria longe de ser um mundo livre.
Agora, me acompanhe. Essa liberdade aguardada pela maioria das pessoas é, no mínimo, um veneno pra alma. Creio, na verdade, que esta “liberdade” é mais escravidão do que o seu chefe, sua responsabilidade com os estudos, com a sua casa e etc. Aceitando viver num mundo como esse você só estará mudando os modelos das correntes que te prendem e se lançando num abismo, talvez, mais profundo. Para afirmar o que pretendo neste artigo, proponho mais um desafio: experimente chegar num bar na Lapa, abordar uma pessoa que esteja bebendo e dizer “A partir de agora, não beba mais até você ir embora!” ou experimente convidar um amigo para ir à Lapa sob a condição de não beber nada,ou ainda, tente pedir a alguém pra não beijar mais ninguém até o fim daquela noite. Você ouvirá um “sim” de qualquer uma dessas pessoas? Eu não acredito.
Acontece que encaramos como liberdade tudo aquilo que nos é atraente e que, num cotidiano comum, é tido como desregrado ou até proibido. Isso! Ser livre na cabeça de algumas pessoas é poder fazer aquilo que é proibido e enquanto pensam assim, enrolam-se em correntes mais e mais destrutivas.
Eis o que estou tentando expôr: Liberdade não é fazer tudo o que se quer, mas sim não fazer tudo aquilo que não se quer. Então, não somos livres por poder dizer “Sim!” a tudo o que nos instiga à cobiça, sem preocupação, mas é poder dizer “Não!” diante de tudo aquilo que nos instiga essa cobiça.



Aquelas frases dadas em resposta aos desafios que propus são geralmente frases expressas por pessoas que se julgam verdadeiramente livres, a ponto de apontar aquelas pessoas que se abstém de seu modelo de vida como “escravas”. Pessoas assim geralmente são aquelas que não conseguem se divertir numa balada sem encher a cara, pessoas que pra tomar alguma atitude precisam estar sob efeito de algum entorpecente – legal ou não – e pessoas que fazem de sua desgraça motivo de riso pra que, caso ela já tenha se apercebido de sua situação, impedir que os outros percebam sua real condição: é um escravo de seus próprios prazeres. Não pode sair, se divertir e se preencher com sobriedade, precisa de um “aditivo”, qualquer coisa que o fassa sentir alívio.
No dia seguinte pela manhã, logo quando se depara com a ressaca e com seu rosto no espelho, ainda que as palavras não se formem a interrogação está lá. Onde está o sentido? O prazer da noite passada não passou de um anestésico genérico pra aliviar a dor e a única coisa que restou de acompanhante foi a miséria.
Pausa. Essa pessoa é livre? Você é livre?
E nos deparamos com a seguinte declaração: “Se pois o filho vos libertar, verdadeiramente sereis LIVRES!”.
“AI, AINDA BEM QUE EU ME CONVERTI!”
Calma lá, Fariseu! Analise as circunstâncias.
Desafio: Fique em casa. Não se esqueça que hoje é domingo. Vá á praia com sua família, leve seu filho pra rolar na areia, gaste um tempo de intimidade com seu esposo ou esposa, vá visitar sua mãe, sua sogra, seus filhos casados. Vá visitar um asilo, o hospital do câncer. Fique em casa, hoje é domingo, não vá à igreja. Sente-se com os idosos da sua rua, bata um papo, troque sorrisos, mas não vá à igreja. Hoje é domingo.
Juro que posso imaginar alguns pensando: “Não! Hoje, é dia do Senhorrrrr!”ou ainda “HEREGE! VAI PRO INFERNO!”.
Se você pensou assim, se pergunte: “eu sou livre?”
Não somos apenas escravos dos vícios mais comuns como bebida, cigarros ou drogas. Nossos vícios da alma são muito mais profundos e devem ser duplamente vigiados.
Somos viciados em ir à igreja, em tv, em música, em compras e deixamos passar a importância da companhia dos familiares, de não fazer nada entre amigos (ah, Santo ócio da comunhão!).
Depois de toda essa definição, agora somos duramente afrontados por duas palavras: Pecado e Santidade.


Imagine: Você já se converteu, já tomou consciência do seu pecado, já pediu perdão à Deus por ele e, infelizmente, pede perdão a Deus diariamente pela mesma prática. Você sabe lá no fundo, se você entende liberdade da mesma maneira que eu, você sabe que não é livre. Você não consegue dizer não. É difícil demais, gostoso demais, me faz ver estrelas, me tira um peso, nem percebo quando faço, quando vejo já fiz! E consome-se o pecado.
A liberdade falada por Paulo é essa, a de nunca mais pecar?
Eu não acredito. O apóstolo, na carta aos Romanos, escreve que quando quer fazer o bem o mal está alí presente, que quando quer fazer o bem, não o faz, mas faz o mal que ele não quer fazer. Diz também que o pecado está condenado na carne.
João em sua primeira carta também escreve: “Aquele que diz que não tem pecado se faz mentiroso e o Amor do Pai não está nele.”.
Não podemos ser Santos. O que faremos? estamos perdidos, afinal, não conseguimos viver sem pecado.
MISERÁVEIS HUMANOS QUE SOMOS, QUEM PODERÁ NOS LIVRAR DESTE CORPO DE MORTE?
E, singelamente, o Espírito Santo nos responde: “Graças a Deus por Jesus Cristo!”.
E o Apóstolo amado, nos diz: “Filhinhos, peço-vos que não pequeis. Se todavia alguém pegar, temos um advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo!”.
Não acredite nos carrascos da Fé, que tentam nos enfiar em suas igrejas e nos “ganhar para Cristo” pelo medo.
A verdadeira liberdade é a do não querer, como a que Paulo identificava quando dizia “O bem que quero fazer este não faço, mas o mal que não quero, este faço.”
Verdadeiramente livres são aqueles que reconhecem em si o pecado, a queda e suas más ações, clama, batendo em seu peito: “Tem misericórdia de mim, Senhor!”.
Tenho certeza que este é aquele justificado, liberto pelo filho e, portanto, verdadeiramente livre, pois, apesar de encontrar em sua carne o pecado, encontra em seu coração o anseio pelo Pai.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

A redenção da indiferença


Não vou mais lutar contra o Tempo. Me recuso a guerrear!
Na verdade, preocupação demais com a velocidade da vida é dar muito ibope àquele que simplesmente passa sem observar-nos, tal qual deus mitológico, dado apenas a seus próprios interesses.
Não. Hoje, pra mim, o Tempo morre. Abrirei mão dos meus conceitos e pagá-lo-ei com a mesma moeda.
Não me quer envolvido ativamente em teus negócios? Ok.
Hoje morre o Tempo, afogado em minha indiferença.
Ei de viver a vida em ritmo personalizado, sem guerras quixotescas contra deuses indiferentes.
Vou viver o pedaço de eternidade que há em mim e quando esta chegar em sua totalidade, o tempo será apenas passado.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Seguro?

"Assim, se um homem se entrega de inteira seriedade ao amor, pode dizer que fez um bom seguro, se é que alguma vez chega a ser aceite como segurado, já que material tão inflamável como uma mulher há-de dar sempre que pensar a qualquer seguradora." - Constantin Constantius

(Kierkegaard, Soren. In Vino Veritas, p. 91 - Ed. Antígona)

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Fé e Razão


Há um certo fanatismo a respeito da Razão. Da Fé também. São maiúsculos mesmo, não se assuste! Pra mim, são indivíduos numa guerra que não lhes pertence.
            E quem foi que determinou que os dois trilhariam o mesmo caminho?
            Ter uma vida de Fé não quer dizer viver pensando nela e compreendê-la. Aliás, o apóstolo nos aconselha a abandonar a Razão no que tange à vida na Fé. Veja: “Pois vivemos por fé e não pelo que nos é possível ver.”
            Ora, agir baseado no que se vê é justamente a coisa mais racional a se fazer. Andar por um caminho é cuidar com os buracos, galhos, curvas, desfiladeiros e desvios. Isso só se faz por meio da visão. Agora, fechar os olhos e se permitir guiar por algo que já, naturalmente, não se vê!? Esse é o ponto da Fé.
            Essa discussão é um tanto paradoxal. Afinal, não há como negar que os dois devem conviver dentro de nós, mas, daí a dizer que Devem andar juntos? Não acredito que trilhem o mesmo caminho.
            A Razão, por sua vez, abrange tudo aquilo que diz respeito à vida cotidiana. Pensar logo de manhã em comprar pão ou comer o de forma, tomar café ou leite, sair da cama ou não, se vale a pena trabalhar, se vale a pena viver ou se perguntar o que Jesus ou Sócrates (os mais radicais podem pensar Nietzsche sem constrangimento) fariam naquele instante, abrangem o uso da razão.
            Bem, na Fé Deus é o criador da Razão. Eis o porque de tomarem caminhos distintos: pra quem tem Fé a Razão é obra do Divino no homem e pra quem crê (sim, não é a mesma coisa que Fé) na Razão “pura”, não há necessidade da Fé. Ponto. Não há qualquer discussão plausível aqui.
            A Razão é o guia característico racional do homem. Nossos mais superficiais instintos de sobrevivencia recorrem a ele.
            A Fé é a manifestação da certeza irracional gerada de dentro pra fora pelo Espírito Santo no indivíduo que reconhece sua necessidade de relacionar-se com o Criador.
            A razão preserva a vida pelo instinto de sobrevivência.
            A Fé faz-nos ver que estamos mortos e move-nos à busca da ressurreição.
            Só.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Exercício.

O que me falta, meus caros (e poucos) leitores, é o exercício intelectual. Estou em processo, aguardem...

sábado, 4 de setembro de 2010

De repente, olhei no espelho e tentei ver um outro eu...

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O mais lindo nome - em "Os Miseráveis".

Ó Vós que sois!

O Eclesiástico vos chama de Onipotência; os Macabeus, de Criador; a Epístola aos Efésios, de Liberdade; Baruc, de Imensidade; os Salmos, de Sabedoria e Verdade; João, de Luz; os Reis, vos chamam de Senhor; o Êxodo, de Providência; o Levítico, de Santidade; Esdras, de Justiça; a criação vos chama de Deus; o homem, de Pai; mas Salomão diz que sois Misericórdia, e é este o mais belo de todos os vossos nomes.
(Victor Hugo)

Descaradamente copiado de www.ricardogondim.com.br

Não pude conter-me, é grandioso demais!